sexta-feira, janeiro 01, 2016

Trópico do Entreguismo



Enquanto a grande imprensa nacional especula sobre as razões da vizinha Argentina se transformar de país muito rico em muito pobre e a mídia nativa chapa branca argumenta em favor dos investimentos promissores do governo brasileiro no Porto de Mariel, em Cuba, e sobre as benesses do financiamento do BNDES às empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato para obras de infraestrutura nas ditaduras africanas, a China vai de mansinho arrematando nacos estratégicos do ‘terreno baldio’ abandonado pela anorexia das políticas petistas para a infraestrutura nacional.
A política energética petista, imantada na corrupção e no delírio megalômano do PT, reduziu a Petrobras a um escombro.
Ainda que o governo use o sindicalismo amestrado para se manifestar em período eleitoral em defesa do patrimônio nacional do pré sal e dos braços produtivos e comerciais da companhia, o fato é que ela está sendo paulatinamente canibalizada. A estratégia petista para o setor derrubou as últimas porteiras permitindo a escalada chinesa no setor energético nacional. A desidratação da estatal brasileira oculta um programa de governo que poderíamos chamar de “Mais China” – ‘colonizador do bem’- na economia nacional.
Duas companhias chinesas recém-criadas (China National Petroleum Corporation (CNPC) e China National Offshore Oil Corporation (CNOOC) atuam agora fortemente no setor de petróleo e gás brasileiro. Numa jogada de cartas marcadas o consórcio chinês venceu o leilão de Libra, alavancando sua atuação para três blocos de operação no pré-sal. Se incluirmos as investidas no pós-sal, a China possui hoje 12 blocos. O próximo passo das empresas chinesas será no segmento de refino.
Tudo leva a crer que nesse setor os governos petistas visavam afogar a a Petrobras em má gestão, escândalos, dividas gigantescas e forte estresse financeiro para depois desafoga-la recorrendo a medicina milenar chinesa.
Mesmo os adeptos da privatização do setor petrolífero ficaram boquiabertos pela condução direcionada do governo para um comprador. Muitas pessoas advertem: a roubalheira e a gestão destrambelhada dos governos Lula/Dilma visavam quebrar a coluna vertebral da companhia para depois privatizar os nacos do flagelo.Senão,como explicar a opção preferencial dos petistas pelo capitalismo chinês?
Quem vê adiante já prevê a proporção do desastre ao avaliar essa medida como um risco para as contas externas do Brasil. A crescente presença do capital chinês no setor deve elevar as exportações de petróleo para a China, ac ampliando a dependência da economia brasileira em relação à China que, diga-se de passagem, é o principal destino de nossas exportações.
Esticando as pernas para o setor hidrelétrico, outro setor estratégico que os governos petistas asfixiaram,a companhia China Three Gorges (CTG) venceu o leilão das usinas Jupiá e Ilha Solteira em São Paulo. Localizadas no rio Paraná, as duas hidrelétricas eram as mais cobiçadas entre as 29 usinas leiloadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Aflito em fazer caixa o governo deu pulinhos de alegria ao arrecadar 17 bilhões de reais em bônus de outorga – valor pago pelas empresas pela concessão.
E não para por ai!
Começamos o ano de 2016 com perspectivas negativas para a economia. Hora certa para o capital chinês pôr para andar o projeto de uma estrada de ferro que rasgará a floresta amazônica.
Troço de louco!
Parece até roteiro de filme.
Partindo do Rio de Janeiro,do Porto Maravilha, mais precisamente da Estação Central do Amanhã(triste amanha), a ferrovia se estenderá por 5.300 quilômetros atravessando o Brasil profundo e atingindo o Peru, passando por Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre.
A nova aventura ‘neocolonialista’ em Terra Brasilis será administrada por ‘Fliz Callaldo’, substituto asiático do aventureiro germânico que cortou a floresta amazônica com um barco a vapor.
O aventureiro asiático pretende fazer isso de trem.
A Dilma, que anunciou um trem bala que nunca chegou, deve estar louca para autorizar a façanha dos chineses que cumprem o que prometem.
Que se dane as políticas ambientais.
O progresso não deve ser emperrado por um bando de ecochatos.
A ferrovia pretende cortar uma serpentina no que resta da maior reserva de biodiversidade no planeta.
A devastação do meio ambiente tem como objetivo reduzir os custos de transporte do petróleo, minério de ferro soja e outras commodities oriundas da “colônia” latino-americana para a metrópole na China. Por conta disso e para alavancar sua produção industrial, a China envidará todos os esforços para ligar o litoral atlântico brasileiro à costa peruana do Pacífico. Os chineses, doravante os donos da bola energética brasileira, chamada carinhosamente pelos petistas como ‘commodities neoliberal’, vão fazer tudo que lhes der na veneta para reduzir os custos de transporte do que, por força de um contrato, lhes pertence.
A Dilma acha que os chineses são com ela e o PT que prometem tudo mais não realizam nada.
São inconsequentes contumazes!
Temo pelas gerações futuras que terão que enfrentar o modelo de capitalismo expansionista chinês, amparado no poderio bélico da segunda maior potência econômica do mundo.
Todos conhecem a obstinação daquele povo.
Quem não conhece basta ver a extensão e resistência da secular Muralha da China e dar uma olhadinha nas obras monumentais contemporâneas e outros megaempreendimentos que os chineses realizam de olhos fechados, para se ter uma ideia de como eles irão pressionar os nativos latino americanos que ainda estão por nascer e ousem resistir.