CARACAS - Um grupo de intelectuais latino-americanos (nenhum brasileiro) aceitou nesta sexta-feira o convite feito pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, para participar de seu programa de rádio e televisão "Alô, presidente". Llosa e os mexicanos Jorge Castañeda e Enrique Krauser, que participam em Caracas de um fórum que discute liberdade de expressão e democracia, têm uma postura abertamente crítica ao governo chavista. Hoje de manhã, numa espécie de resposta rápida ao seminário que se realiza em Caracas em que participam intelectuais avessos ao chavismo o presidente venezuelano Hugo Chávez deu a largada a sua versão do velho conceito de “revolução cultural” e desafiou os intelectuais para um encontro "cara a cara". Detalhe:assim como Lula que se acha o homem mais ético do Brasil, Chaves se acha o cabrón mais corajoso do cone sul.Fez o desafio por acreditar que todo intelectual é "frouxo".Deu com os burros n'agua.Os caras aceitaram, mesmo na situação de inferioridade estratégica em que se encontram(estão em território chavista).Muitos falastrões -valentes de plantão-ja teriam arrumado as malas para retornar o mais rápido possivel. Mas, o que é a "revolução cultural" chavista? Essa semana ela mostrou para o que veio ao distribuir caminhões de livros políticos . Na quinta-feira, foram descarregados nas praças do país um total de 2,5 milhões de volumes para leitura. Havia três títulos: Movimentos Sociais do Século XXI, Culturicida: uma História da Educação Argentina 1966-2004 e A Teia de Aranha do Império.
Segundo reportagem do jornal The Guardian, multidões se acotovelaram na capital Caracas para garantir um exemplar dos propulsores da chamada revolução. As favelas tampouco foram esquecidas. Clubes governamentais conhecidos como "esquadrões da leitura" distribuíram cópias de 100 títulos de leitura obrigatória - como os de Karl Marx, por exemplo. Para marcar o acontecimento, Chávez fez um pronunciamento na TV sobre a importância do hábito da leitura, dando início a uma maratona de quatro dias de entrevistas, entretenimento e idiossincrasias políticas para celebrar o décimo aniversário do programa semanal Alô Presidente. Tudo sem script. Mas apesar do alvoroço, o setor cultural não tem evoluído como o anunciado. Uma série de iniciativas culturais vem sendo deixada de lado. De seis novos museus que Chávez falou em construir, apenas um foi erguido - enquanto os outros ficaram estagnados, com reduzido número de visitas. Além disso, os livros continuam com preços proibitivos no país, e as livrarias, quando comparadas as de outras capitais sul-americanas, oferecem poucas opções ao leitor que não se contenta com a bibliografia da revolução chavista.
Em tempos de silencio complacente a corajosa e contundente atitude desses intelectuais é um sopro de inteligencia e esperança.