Günter Von Hagens, anatomista alemão, ficou famoso em seu país não pelos conhecimentos relativos a seu campo cientifico. Ele tornou-se conhecido pelo uso de cadáveres na concepção de obras de arte. O talentoso (sic) -tradução contemporânea para espertalhão- anatomista entendeu que seria mais fácil, prazeroso e lucrativo alcançar fama e grana numa galeria de arte que num laboratório cientifico. Nesta quinta-feira (sete de maio) ele inaugura em Berlim uma exposição sobre os vários estágios da vida humana onde se inclui uma cena de sexo entre cadáveres. A mostra é composta por mais de 200 cadáveres submetidos ao controvertido processo de "plastinação" – nome de sua invenção “cientifica” dos anos 70. Como experiência cientifica seu invento foi um fracasso, contudo, ao tornar-se experiência “artística” o medíocre inventor foi agraciado pela fama e a fortuna. Na “plastinação”, os líquidos dos tecidos corporais são extraídos e substituídos por uma substância plástica especial. No meu entender, Hagens encontrou na teoria artística contemporânea os fundamentos de um bom negocio para seu invento fracassado. As Bienais estão fartas de exibir instalações de artistas que utilizam,entre outras coisas, líquidos corpóreos de defuntos em suas concepções estéticas. Alguns curadores parecem ter uma atração inexplicável por objetivação radical. São adeptos de uma espécie de beabá estético. Tal mesmice vem se repetindo de evento para evento nos últimos trinta anos. Até o mais ignorante dos mortais (sic) sabe que o tema da morte não é, em si, uma novidade da arte atual. Esse tema sempre foi tocado pela arte no correr da sua historia. Contudo, Hagens e outros seguidores dessa estética da objetivação concreta, recorrem em suas narrativas a recursos “fashion” de um tema “nobre” da arte(o trecho de um dialogo de Morte em Veneza -colado em cima- é um brilhante exemplo).Parece que acharam o alvo certo para atingir seus objetivos de fama e fortuna. Nada mais laissez-faire que o ambiente artístico da atualidade. Por que os críticos nada comentam sobre eventos dessa natureza?Uma das respostas possíveis é que em tempos de relativismo cultural atacar alguma coisa que ocorra numa instituição cultural ou no mercado de arte,portanto,codificado como "obra de arte", pode ser entendido como censura as múltiplas formas do saber, do conhecimento e da arte. Ninguem que ser incorporado ao rol dos reacionarios.Não é fashion.Contudo,tal conceito tornou-se um cativeiro de mentes que se ajustam a um modelo de pensamento que exige que um contemporâneo, para ser politicamente correto, deve ser passivo e tolerante,devendo consumir, sem digressões, todas as formas de expressão humana.A expansão do relativismo cultural consagrou o culto a banalidade. Esse culto tornou-se o meio mais eficaz de indução do espectador aos seus mais mórbidos desejos. A espetacularização da morte a tornou uma fonte inesgotável de $s.
Info complementar:Von Hagens mostra em Berlim, oito anos depois da última apresentação na cidade. Na época, a exposição atraiu mais de 1,3 milhões de visitantes.(Atenção:Isso é uma credencial.Quanto mais vivos vendo mortos,mais sucesso)
Em Heidelberg, onde O Ciclo da Vida esteve por quatro meses até o fim de abril, 300 mil pessoas visitaram a exibição. A mostra fica em cartaz na capital alemã até 30 de agosto. Atualmente, outras exposições do projeto estão ocorrendo em Grã-Bretanha, Espanha, Israel e em duas cidades americanas.(esqueceram de revelar o custo do projeto em que só o VIVO ganha grana e fama)
Em Heidelberg, onde O Ciclo da Vida esteve por quatro meses até o fim de abril, 300 mil pessoas visitaram a exibição. A mostra fica em cartaz na capital alemã até 30 de agosto. Atualmente, outras exposições do projeto estão ocorrendo em Grã-Bretanha, Espanha, Israel e em duas cidades americanas.(esqueceram de revelar o custo do projeto em que só o VIVO ganha grana e fama)