terça-feira, novembro 07, 2006

Em Defesa da Liberdade de Expressão on line

Vergonha Yahoo !












(Jerry Yang - photo AFP)
Dedicamos toda nossa energia a serviço dos nossos usuários.
Sem eles, não teríamos mais negócio

Jerry Yang, fundador do
Yahoo!
14/11/2006




Para Shi Tao,usuário da rede,preso pela policia politica chinesa municiada de informações sobre suas correspondências privadas restou apenas a  pergunta: que energia usou o Yahoo! para defendê-lo?
Os comunicados de Repórteres sem Fronteiras ao Yahoo! sobre os quatro ciber dissidentes chineses presos com a colaboração da empresa americana permanecem sem respostas. Repórteres sem Fronteiras encaminhou à sede do Yahoo! as mensagens vídeos dos parentes de Shi Tao e Li Zhi. O jornalista chinês Shi Tao foi condenado a dez anos de prisão com base em informações fornecidas por Yahoo! Hong-Kong. Um segundo cyber dissidente foi condenado com base em informações fornecidas por Yahoo! e o veredicto do cyber dissidente Li Zhi confirma a colaboração da companhia em sua prisão.
Repórter sem Fronteiras testam também a auto censura dos motores de pesquisa: Yahoo! e interpelou catorze chefes de empresas sobre a sua política comercial no sector Internet.Repórteres sem Fronteiras informa também que 25 fundos de investimento e gabinetes de análise financeira comprometem-se a supervisionar as atividades das empresas do sector da Internet nos países repressivos. É necessário enquadrar as atividades das empresas do sector da Internet de modo que respeitem a liberdade de expressão.

http://www.rsf.org/24h

International 8.11.2006
"24 horas contra a censura" : 17 000 pessoas votaram contra os inimigos d’Internet Os internautas se mobilizaram massivamente no site de Repórteres sem Fronteiras para protestar contra a censura na Internet. A associação organizou ontem manifestações simbólicas nas ruas de Paris e New York. A webpage da mobilização-recebeu mais de 100 000 visitas en 24h – Informamos que a campanha continuara accessível ainda alguns dias para que os internautas continuem postando mensagens.


Após as 11 horas da manhã do dia 7 de novembro o apelo de Repórteres sem Fronteiras recebeu o apoio de mais de 10.000 pessoas no site da organização para denunciar os 13 inimigos da Internet e fazer recuar a censura.
>200 pessoas deixaram sua mensagem de voz a ser dirigida para o fundador do Yahoo! Estigmatizando a cumplicidade da companhia com as autoridades chinesas que findou com a prisão de cyberdissidentes naquele país.

>Nova York/caminhões percorreram as ruas da cidade exibindo grandes cartazes que apresentavam A carta dos Buracos Negros da Internet,
>Paris/ Repórteres Sem Fronteiras organizou nessa terça 7 de novembro uma projeção gigante sobre monumentos da cidade. Diante da imprensa e do publico a Carta do Mundo Censurado da Internet foi afixada sobre a fachada da estação de Saint Lazare, sobre o muro da sede francesa do Yahoo! e na Opera Bastille.
O site Repórteres sem Fronteiras inicia hoje uma plataforma de blogs . Criando seu blog no rsfblog você ajudara essa organização a dar suporte aos internautas privados da liberdade por terem exprimido o que pensam na web.

Internet sob Controle
As coisas não são o que parecem


Ben Edelman


Controlar a Internet envolve complexos fatores. A filtragem da Internet não é um fato novo. Repórteres sem Fronteiras constatou um espetacular aumento de filtragem na Internet durante os cinco últimos anos. Com a ajuda de tecnologias como o bloqueio de IP por router e, mais recentemente, o redirecionamento DNS, os governos descobriram que podiam bloquear os conteúdos da Web que lhes desagradem, beneficiando, por outro lado, os que consideram vantajosos. Internautas que se familiarizaram com a filtragem crescente rapidamente perceberam como os censores operam e lhes atribui a responsabilidade das restrições que hoje ocorrem na Internet.
Os acontecimentos recentes mostram, contudo, que a situação não cessa de evoluir e que, longe de dissipar,a confusão parece, pelo contrário, aumentar.
A filtragem da Internet por muito tempo tem quebrado as noções clássicas de transparência regulamentar. É inútil um internauta tentar acessar na Tailândia, por exemplo, sítios eletrônicos sobre política, jogo ou pornografia. Lá eles parecem não existir. É bem possível que não existam graças às tecnologias de bloqueio como a filtragem IP. Caso existam, ele também não saberá pois não verá nenhuma advertência que indique:"Este conteúdo é bloqueado por ordem do ministério das Tecnologias da Informação e das Comunicações”.Entretanto, o navegador web verá afixado " host not found "ou" conexão fora do ar ". Estas mensagens nos fazem pensar que o servidor ou a rede estão com avaria. Com efeito, tudo se passa exatamente como os censores previram: o sítio funciona muito bem, porém, é impossível acessar. Internautas sofisticados habituaram-se a estes estratagemas e se adaptaram. Num país como a Tailândia, a mensagem "host not found" não deve ser levada ao pé da letra. Por conseguinte, as mensagens de erro pré-textuais dos filtros tornam-se menos enganosas ao longo do tempo. No entanto, os novos métodos de filtragem que fizeram o seu aparecimento durante o ano passado são, intencional ou não, consideravelmente mais opacos. Tentem utilizar o Google na China: a maior parte das tentativas serão exitosas, o que constitui uma melhoria muito apreciável em relação à semana de Setembro de 2002, quando a China bloqueou o Google na sua totalidade. Em contrapartida, iniciem hoje uma pesquisa sobre um tema político chinês controverso e o Google cessará de funcionar durante cerca de meia hora. O que pensaria?
Certos analistas ocidentais se interrogaram: seria isso resultado de um conluio entre o Google e o governo chinês. que exigiu que se instaurasse uma filtragem precisa e subtil, que não seria viável sem a cooperação do Google? Eles concluíram que tudo indica que não, que nesse caso o Google é inocente. O que ocorre é que a China aplicou um sistema de filtragem orientado mais apurado que os métodos utilizados anteriormente. Ainda mais subtis são os “espelhos alterados” às vezes empregados no Uzbequistão. Em vez de simplesmente bloquear o acesso aos sítios dos dissidentes políticos, as autoridades ouzbèkes copiam os sítios controversos e seguidamente os alteram a fim de minar ou enfraquecer as tomadas de posição proibidas. A etapa chave acontece quando um internauta usbeques acede a estes sítios: recebem então, automaticamente, cópias falsificadas. Este tipo de manipulação é detectado por um perito, mas é extremamente difícil de detectar por um internauta. Não são todos os paises que estão agregados às noções de liberdade de expressão e a imprensa livre. Alguns o rejeitam explicitamente como é o caso da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos, por exemplo, que admitem abertamente praticar a filtragem na Internet e parecem mesmo orgulhosos disso. No entanto, a Declaração Universal dos Direitos do Homem das Nações Unidas faz do acesso à informação um direito inegável, que a China, a Tailândia, o Uzbequistão e outros deveriam reconhecer. Contudo, o fato de não dissimularem suas convicções para filtrar Internet e confessarem que impedem seus cidadãos de aceder à informação, nos mostra que os países do Médio Oriente agem o mais abertamente possível e se acham no direito de faze-lo, ao contrario dos países que se utilizam da filtragem secreta, que é uma confissão tácita de culpa, porque, se estes métodos fossem lícitos, seria inútil esconder-los. Ao curso dos anos deveríamos pedir maior transparência da parte dos governos. Deveríamos exigir que os Estados reconhecessem intervir na Internet e assumissem publicamente as conseqüências dos seus atos.
Ben Edelman é pesquisador sobre filtragem na Internet /doutor em Economia em Harvard, estuda direito na Harvard Law School e desenvolve investigações sobre a análise empírica das normas e regulamentos da Internet, nomes de domínio, filtragem e "softwares" espiões.






Essa manifestação protesta contra as ações do Yahoo!
Por que?
Porque essa companhia foi a primeira a aceitar censurar seu serviço de busca para agradar as autoridades chinesas. A gigante californiana colabora com a policia chinesa na prisão de dissidentes e reporteres independantes. O jornalista Shi Tao , por exemplo, foi condenado a 10 anos de prisão a partir da base de informações fornecidas pelo Yahoo ! que abrigava sua caixa postal.