O Instituto Nacional de Educação, em Cingapura, escola de formação de professores ganhou no correr dos anos enorme reputação. O rápido avanço da educação no país, que partiu de um patamar semelhante ao africano em 1960, para figurar hoje entre os melhores do mundo em sala de aula, pode ser creditado à condução de uma política adequada de transformação social e ao fabuloso desempenho da Faculdade Nacional de Educação.
Esse fato, facilmente mensurável, colocado em comparação com aos pífios resultados do setor no Brasil só se explica por fantásticas explanações dos ufanistas de plantão. Os argumentos mais freqüentes desses patriotas se baseiam nas diferentes dimensões populacionais e territoriais desses países. Ao priorizar esses itens o avestruz patriótico ataca com a velha esperteza nacional em driblar obstáculos para esconder fracassos. Se por um lado a dimensão territorial e populacional serve para colocar o país de dimensões continentais como um gigante poderoso por outro reconhece que o gigante tem o cérebro atrofiado. Se para entender os desafios é necessário priorizar a dimensão territorial, as questões sobre investimentos públicos e tecnologias educacionais, tão necessárias ao desenvolvimento humano, tornam-se inalcançáveis, pelo menos para as duas ou três próximas gerações de brasileiros. Além disso, ampliar a dimensão do problema educacional por força da dimensão territorial é uma forma de reduzir o mérito de Cingapura. O leitor que tiver saco de ir adiante vai se deparar com argumentos fantásticos. O objetivo dessa manobra é obscurecer os fatos distorcendo a dimensão dos desafios dos países em foco. Nesse contexto, os problemas de Cingapura são “fichinhas” se comparados a dimensão do Brasil e seus postergados desafios. É a velha ginga do malandro agulha!Orgulhoso de sua retórica o defensor da política educacional do governo brasileiro se esquiva dos problemas e começa a tecer argumentos de difícil avaliação. Gaba-se da elevação do orçamento publico ao mesmo tempo em que revela uma relação equilibrada entre investimento e o PIB. A maneira de um mago das finanças os gestores do sistema educacional apresentam gráficos demonstrativos do investimento publico e do fluxo de almas salvas do analfabetismo. Parecem satisfeitos com o que apresentam, pois imaginam que desenhar gráficos resolve problemas e que justifica o salário que recebem. Os mais ousados tocam na tradicional cultura da corrupção, porém, a situam em circunstancias locais, não como um fenômeno nacional endêmico que leva qualquer projeto sério ao fracasso. A verdade é que a corrupção que prolifera em todos os níveis da economia brasileira provoca um fantástico efeito negativo sobre a competitividade do país. Num artigo sobre a corrupção no mundo publicado pela revista Veja, Eliana Giannella Simonetti e Denise Ramiro mostram que: “Em sua visita ao submundo da corrupção, os estudiosos do Banco Mundial, do Banco de Desenvolvimento da Ásia e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts concluíram que, de modo geral, o problema atinge de maneira mais perniciosa países que passam por períodos de transição, de sistemas políticos autoritários para a democracia, de mercados fechados para a abertura comercial, do centralismo econômico para um menor intervencionismo do Estado na economia. Afeta também os que têm o poder econômico concentrado, grande riqueza natural e uma máquina estatal inflada. Ou seja, o Brasil está numa situação difícil. Atende a quase todos os requisitos detectados pelos estudiosos. Cingapura está na outra ponta. Ali os negócios fluem sem sangrias excessivas para o Estado.
O economista Marcos Fernandes, coordenador da escola de economia da Fundação Getulio Vargas de São Paulo, autor do livro A Economia Política da Corrupção no Brasil, calculou o impacto do mal da corrupção no crescimento do país. O resultado é impressionante. O Brasil hoje ocupa a 59a posição num ranking internacional de corrupção (nesse ranking, a Finlândia, o país menos corrupto, ocupa o primeiro lugar). O Brasil perde até para Botsuana e Suriname. Ainda segundo Marcos: Se o país conseguisse atingir o patamar dos Estados Unidos, o 15ª mais bem posicionado nessa lista, ganharia a cada ano 2 pontos percentuais de crescimento econômico. É muita coisa. Significa afirmar que, hoje, a economia brasileira poderia crescer num ritmo anual de 6% semelhante ao invejável desempenho da Índia. “Posto de outra forma significa dizer também que, se há dez anos os níveis de corrupção brasileira e americano estivessem equiparados, o PIB nacional no ano passado teria sido maior em 380 bilhões de reais”. Em Cingapura onde os negócios fluem sem sangrias excessivas para o Estado e a corrupção não corre solta o povo obteve ganhos reais. Isso é o que podemos chamar de uma partida justa.
Esse fato, facilmente mensurável, colocado em comparação com aos pífios resultados do setor no Brasil só se explica por fantásticas explanações dos ufanistas de plantão. Os argumentos mais freqüentes desses patriotas se baseiam nas diferentes dimensões populacionais e territoriais desses países. Ao priorizar esses itens o avestruz patriótico ataca com a velha esperteza nacional em driblar obstáculos para esconder fracassos. Se por um lado a dimensão territorial e populacional serve para colocar o país de dimensões continentais como um gigante poderoso por outro reconhece que o gigante tem o cérebro atrofiado. Se para entender os desafios é necessário priorizar a dimensão territorial, as questões sobre investimentos públicos e tecnologias educacionais, tão necessárias ao desenvolvimento humano, tornam-se inalcançáveis, pelo menos para as duas ou três próximas gerações de brasileiros. Além disso, ampliar a dimensão do problema educacional por força da dimensão territorial é uma forma de reduzir o mérito de Cingapura. O leitor que tiver saco de ir adiante vai se deparar com argumentos fantásticos. O objetivo dessa manobra é obscurecer os fatos distorcendo a dimensão dos desafios dos países em foco. Nesse contexto, os problemas de Cingapura são “fichinhas” se comparados a dimensão do Brasil e seus postergados desafios. É a velha ginga do malandro agulha!Orgulhoso de sua retórica o defensor da política educacional do governo brasileiro se esquiva dos problemas e começa a tecer argumentos de difícil avaliação. Gaba-se da elevação do orçamento publico ao mesmo tempo em que revela uma relação equilibrada entre investimento e o PIB. A maneira de um mago das finanças os gestores do sistema educacional apresentam gráficos demonstrativos do investimento publico e do fluxo de almas salvas do analfabetismo. Parecem satisfeitos com o que apresentam, pois imaginam que desenhar gráficos resolve problemas e que justifica o salário que recebem. Os mais ousados tocam na tradicional cultura da corrupção, porém, a situam em circunstancias locais, não como um fenômeno nacional endêmico que leva qualquer projeto sério ao fracasso. A verdade é que a corrupção que prolifera em todos os níveis da economia brasileira provoca um fantástico efeito negativo sobre a competitividade do país. Num artigo sobre a corrupção no mundo publicado pela revista Veja, Eliana Giannella Simonetti e Denise Ramiro mostram que: “Em sua visita ao submundo da corrupção, os estudiosos do Banco Mundial, do Banco de Desenvolvimento da Ásia e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts concluíram que, de modo geral, o problema atinge de maneira mais perniciosa países que passam por períodos de transição, de sistemas políticos autoritários para a democracia, de mercados fechados para a abertura comercial, do centralismo econômico para um menor intervencionismo do Estado na economia. Afeta também os que têm o poder econômico concentrado, grande riqueza natural e uma máquina estatal inflada. Ou seja, o Brasil está numa situação difícil. Atende a quase todos os requisitos detectados pelos estudiosos. Cingapura está na outra ponta. Ali os negócios fluem sem sangrias excessivas para o Estado.
O economista Marcos Fernandes, coordenador da escola de economia da Fundação Getulio Vargas de São Paulo, autor do livro A Economia Política da Corrupção no Brasil, calculou o impacto do mal da corrupção no crescimento do país. O resultado é impressionante. O Brasil hoje ocupa a 59a posição num ranking internacional de corrupção (nesse ranking, a Finlândia, o país menos corrupto, ocupa o primeiro lugar). O Brasil perde até para Botsuana e Suriname. Ainda segundo Marcos: Se o país conseguisse atingir o patamar dos Estados Unidos, o 15ª mais bem posicionado nessa lista, ganharia a cada ano 2 pontos percentuais de crescimento econômico. É muita coisa. Significa afirmar que, hoje, a economia brasileira poderia crescer num ritmo anual de 6% semelhante ao invejável desempenho da Índia. “Posto de outra forma significa dizer também que, se há dez anos os níveis de corrupção brasileira e americano estivessem equiparados, o PIB nacional no ano passado teria sido maior em 380 bilhões de reais”. Em Cingapura onde os negócios fluem sem sangrias excessivas para o Estado e a corrupção não corre solta o povo obteve ganhos reais. Isso é o que podemos chamar de uma partida justa.