Ambos foram militantes de primeira hora da Revolução Islâmica de 1979 – em que religiosos xiitas, comunistas e liberais derrubaram a monarquia do xá Reza Pahlevi.Os dois têm opiniões semelhantes quanto à importância do projeto nuclear para o país. No que tange à estrutura dos poderes, os dois políticos são coincidentes e não propõe mudanças no sistema de governo vigente – no qual clérigos mulçumanos xiitas fiscalizam os políticos eleitos. Para se ter uma idéia do poder e das incumbências desse conselho religioso basta dizer que é ele que escolhe quem chefiara o Poder Judiciário. O que a academia chama de governo teocrático é o que permanecerá sendo praticado no Iran com um ou outro lider politico no poder.
O que difere Ahmadinejad de Mousavi?Ou,a luta pela transparência eleitoral.
Ahmadinejad enfrenta acusações de corrupção e é contrário a reformas políticas e institucionais internas. No plano externo, especializou-se em atacar os americanos e o estado de Israel. Sobre os judeus, aliás, tornou-se famoso por ofender a história e defender o indefensável: a esdrúxula versão de que o Holocausto – o assassinato de cerca de 6 milhões de judeus pelos nazistas na II Guerra Mundial – não aconteceu. A bravata lhe valeu a condenação por parte de nações de todo o mundo, incluindo líderes islâmicos. Outro desafio ao mundo foi o anúncio da criação de um programa nuclear, o que resultou em sanções econômicas impostas pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. Além disso, Ahmadinejad, nega direitos às mulheres. Seus eleitores são, em maioria, pessoas mais velhas, de classe baixa e menor grau de escolaridade.
Mousavi foi primeiro-ministro do Irã entre 1981 e 1989, quando o presidente era o atual líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei. É favorável a uma abertura no regime, com mais direitos democráticos às mulheres e diálogo com os Estados Unidos. Seus eleitores são, em maioria, representantes da classe média, vivem nos centros urbanos e tem maior grau de escolaridade.Muitos consideram que as mortes nos recentes confrontos de rua não justificam a reduzida possibilidade de reformas importantes que permitam,por exemplo,maior participação das mulheres na sociedade,a extinção e a punição da brutalidade policial contra as minorias etc. Contudo, maior liberdade opinativa,ainda que não mude as coisas de forma radical, permitira aos poucos que a tolerancia e o convivio de ideias descortine outros caminhos.