Transitando pelas vielas atemporais, transpondo biografias estetizadas, objetos multiformes, verbetes de antropologia cultural,estetização dos discursos ideológicos e miríades de erários auto confessionais, alinhados sob o pórtico da
arte do século XXI, o escafandrista devotado busca no seu navegador indicações
sobre o percurso a ser seguido nessa inspeção. Encontra no seu navegador de
ultima geração o mapa traçado por Lawrence Alloway em seu livro a Bienal Veneza
1895-1968. Sim, pensa ele, o lugar é precisamente esse!
Mas, logo
percebe que no correr desse curto espaço de tempo algo estranho aconteceu na
Bienal de Veneza. A tentativa de mostrar a abundância da
arte contemporânea ao mesmo tempo em que se tenta remover as ervas daninhas da
incerteza para fora do contemporâneo a fim de adequá-la aos novos ciclos da arte, de solução prevista,levou a Bienal de Veneza a perder gradativamente substância sensível, ao mesmo tempo em que ganha lastro especulativo espetacular.
Esse conjunto de fatores acrescido as intempéries do mar e da atmosfera geopolítica foram desastrosas para a estabilidade da instituição. Recarregar de nova potência um corpo em decomposição é missão hercúlea e com fortes tendências ao fracasso. Nesse item, o escafandrista marcou na sua tabuleta de avaliação um X sobre a opção:"resultados insatisfatórios". A danosa corrosão, provocada pela clausura do sistema de arte frente aos novos desafios da atualidade, somado a fatores objetivos de natureza econômica e mercadológica e pretensiosamente politica, se impôs no mesmo passo em que degradou impiedosamente essa histórica instituição de arte. Essa que,alias, é a mãe de similares espalhadas pelo mundo e que algumas já pereceram há muito tempo. Pesada demais e imprópria para navegação em tempos hiper modernos, a Bienal de Veneza afunda mais rapidamente que as edificações maravilhosas dessa cidade emblemática. Apesar da diversidade entre os pavilhões nacionais onde as nações tentam mais uma vez mostrar um perfil supostamente inovador sob o viés do deus do tempo pautado numa máxima ultrapassada : "vejam quão contemporâneos somos" o que se registra como evento singular é sua sobrevida como parque temático ilustrativo das questões periféricas à arte mas que tocam e se impõem como ações mercantis subvencionadas por políticas culturais ambíguas que ainda cultua a 'critica' ao sistema da arte como o motor propulsor das transformações sócio culturais.Ha muito não é mais!
Um dos exemplos observáveis são as repetições do mesmo recurso estratégico usado pelos EUA para a consagração da arte norte americana(POP)na edição de 1960.Hoje, a China e outras nações, antes periféricas no circuito internacional da arte,recorrem ao método que daquele tempo para cá, se tornou um padrão. As Bienais se tornaram uma espécie de antítese da arqueologia. Enquanto esse campo do conhecimento se esmera em revelar ao mundo a "descoberta" da tumba de um desconhecido faraó que, de fato, um dia foi soberano, as Bienais se esmeram em mumificar lendas contemporâneas.
Esse conjunto de fatores acrescido as intempéries do mar e da atmosfera geopolítica foram desastrosas para a estabilidade da instituição. Recarregar de nova potência um corpo em decomposição é missão hercúlea e com fortes tendências ao fracasso. Nesse item, o escafandrista marcou na sua tabuleta de avaliação um X sobre a opção:"resultados insatisfatórios". A danosa corrosão, provocada pela clausura do sistema de arte frente aos novos desafios da atualidade, somado a fatores objetivos de natureza econômica e mercadológica e pretensiosamente politica, se impôs no mesmo passo em que degradou impiedosamente essa histórica instituição de arte. Essa que,alias, é a mãe de similares espalhadas pelo mundo e que algumas já pereceram há muito tempo. Pesada demais e imprópria para navegação em tempos hiper modernos, a Bienal de Veneza afunda mais rapidamente que as edificações maravilhosas dessa cidade emblemática. Apesar da diversidade entre os pavilhões nacionais onde as nações tentam mais uma vez mostrar um perfil supostamente inovador sob o viés do deus do tempo pautado numa máxima ultrapassada : "vejam quão contemporâneos somos" o que se registra como evento singular é sua sobrevida como parque temático ilustrativo das questões periféricas à arte mas que tocam e se impõem como ações mercantis subvencionadas por políticas culturais ambíguas que ainda cultua a 'critica' ao sistema da arte como o motor propulsor das transformações sócio culturais.Ha muito não é mais!
Um dos exemplos observáveis são as repetições do mesmo recurso estratégico usado pelos EUA para a consagração da arte norte americana(POP)na edição de 1960.Hoje, a China e outras nações, antes periféricas no circuito internacional da arte,recorrem ao método que daquele tempo para cá, se tornou um padrão. As Bienais se tornaram uma espécie de antítese da arqueologia. Enquanto esse campo do conhecimento se esmera em revelar ao mundo a "descoberta" da tumba de um desconhecido faraó que, de fato, um dia foi soberano, as Bienais se esmeram em mumificar lendas contemporâneas.
A visão do século XX, projetada por Allan
Bloom,( A Cultura Inculta) como o século da crise intelectual,
quando as universidades ruíram pela
“falta de conhecimentos dos estudantes, desde os clichês da libertação à
substituição da razão pela "criatividade" dando espaço para ideias continentais
vulgarizadas de niilismo e desespero e
de relativismo disfarçado de tolerância”, inspira os devaneios profundos do escafandrista que se põem a
imaginar o século XXI no papel do 'exterminador do futuro'. No registro dessa pesquisa
submarina resta apenas uma pequena anotação de pé de página, em contraponto ao aforismo
do Beyus:"Toda pessoa é um artista" o escafandrista sublinhou: “Nesses moldes,definitivamente,eu não sou um artista”