Na luta pela sobrevivência o sujeito faz coisas as vezes impensadas, tolas, violentas ou calculadas as quais, mais adiante, pode não se orgulhar.
A sobrevivência é uma determinação natural Dela ninguém escapa.
Ela não poupa fracos ou fortes.Ricos, medianos ou pobres. Seres dóceis ou brutamontes,calculistas frios e determinados ou emotivas são obrigados a dar seu quinhão de vida para essa prova crucial da existência.Pode-se lutar pela sobrevivência com elegância ou mesmo com ostentação.Entretanto,ainda que os monges e iluminados creiam que dessa pecha estão salvos,o mínimo redutor comum da sobrevivência é despertado quando o primeiro sopro de oxigênio invade o pulmão da criatura que dela só escapa(ou vence?) com a morte.
Pelos idos dos anos 20/30 do século passado Walter Benjamin precisava de grana para continuar manter o esqueleto em pé e o organismo nutrido e funcionando.Nessa época escreveu uma série de roteiros para programas radiofônicos difundidos em Berlim e Frankfurt. A maior parte desses programas foi feita pela voz do autor. Apesar de não se orgulhar muito do trabalho que diz ter feito apenas devido a dificuldades financeiras, Benjamin foi um dos pioneiros para a expansão do rádio que surgira na Alemanha três anos antes.
Qual seria a motivação de tal decepção?Eis uma pergunta jamais respondida.
A editora Nau lançou no Brasil o livro A HORA DAS CRIANÇAS - narrativas radiofônicas (projeto editorial da Rita Ribes Pereira com tradução de Aldo Medeiros) que reúne textos de 86 programas com periodicidade variada, 60 dos quais o próprio Benjamin se encarregou da leitura.Para quem gosta do autor trata-se de uma oportunidade para conhecer como o pensador via e se comunicava com o mundo das crianças da sua época,as quais dedicava uma hora de leitura.
Vendo hoje a grade de produtos que o sistema de comunicação empresarial hipermoderno oferece às crianças, uma questão se destaca.
Poucos anos após o termino da programação radiofônica que durou aproximadamente três anos, Benjamim veio a conhecer e sofrer na própria pele a dura realidade e as trágicas consequências que se impôs sobre a sociedade alemã da qual se tornou uma vitima.
Quantos assíduos ouvintes da Hora das Crianças tornaram-se instrumentos da vontade nazista?
Hoje se discute se existe, de fato, uma relação entre a grade de ofertas de produtos pelo sistema de comunicação de massas o consumismo desbragado e a escalada da violência perpetrada,inclusive,contra e por crianças.
No campo dos estudos culturais o ensaio de Benjamin “A Obra de Arte na Era da Sua Reprodutibilidade Técnica” (1936) descortinou a perspectiva da arte frente os novos meios tecnológicos de difusão.Entretanto,a previsibilidade sobre as consequências do uso desse sistema em grande escala permanece uma incógnita.
Não encontrei arquivos de voz da programação. Para compensar colo aqui o link de um belo conto/poema do Benjamin que já postei tempos atrás.
A sobrevivência é uma determinação natural Dela ninguém escapa.
Ela não poupa fracos ou fortes.Ricos, medianos ou pobres. Seres dóceis ou brutamontes,calculistas frios e determinados ou emotivas são obrigados a dar seu quinhão de vida para essa prova crucial da existência.Pode-se lutar pela sobrevivência com elegância ou mesmo com ostentação.Entretanto,ainda que os monges e iluminados creiam que dessa pecha estão salvos,o mínimo redutor comum da sobrevivência é despertado quando o primeiro sopro de oxigênio invade o pulmão da criatura que dela só escapa(ou vence?) com a morte.
Pelos idos dos anos 20/30 do século passado Walter Benjamin precisava de grana para continuar manter o esqueleto em pé e o organismo nutrido e funcionando.Nessa época escreveu uma série de roteiros para programas radiofônicos difundidos em Berlim e Frankfurt. A maior parte desses programas foi feita pela voz do autor. Apesar de não se orgulhar muito do trabalho que diz ter feito apenas devido a dificuldades financeiras, Benjamin foi um dos pioneiros para a expansão do rádio que surgira na Alemanha três anos antes.
Qual seria a motivação de tal decepção?Eis uma pergunta jamais respondida.
A editora Nau lançou no Brasil o livro A HORA DAS CRIANÇAS - narrativas radiofônicas (projeto editorial da Rita Ribes Pereira com tradução de Aldo Medeiros) que reúne textos de 86 programas com periodicidade variada, 60 dos quais o próprio Benjamin se encarregou da leitura.Para quem gosta do autor trata-se de uma oportunidade para conhecer como o pensador via e se comunicava com o mundo das crianças da sua época,as quais dedicava uma hora de leitura.
Vendo hoje a grade de produtos que o sistema de comunicação empresarial hipermoderno oferece às crianças, uma questão se destaca.
Poucos anos após o termino da programação radiofônica que durou aproximadamente três anos, Benjamim veio a conhecer e sofrer na própria pele a dura realidade e as trágicas consequências que se impôs sobre a sociedade alemã da qual se tornou uma vitima.
Quantos assíduos ouvintes da Hora das Crianças tornaram-se instrumentos da vontade nazista?
Hoje se discute se existe, de fato, uma relação entre a grade de ofertas de produtos pelo sistema de comunicação de massas o consumismo desbragado e a escalada da violência perpetrada,inclusive,contra e por crianças.
No campo dos estudos culturais o ensaio de Benjamin “A Obra de Arte na Era da Sua Reprodutibilidade Técnica” (1936) descortinou a perspectiva da arte frente os novos meios tecnológicos de difusão.Entretanto,a previsibilidade sobre as consequências do uso desse sistema em grande escala permanece uma incógnita.
Não encontrei arquivos de voz da programação. Para compensar colo aqui o link de um belo conto/poema do Benjamin que já postei tempos atrás.