domingo, outubro 24, 2010

Cultos arcaicos numa mente moderninha.


Movimentos de protesto contra o uso de animais em pesquisas científicas,espetáculos circenses e outras manifestações artísticas e culturais vem mobilizando um numero gigantesco de seguidores mundo afora.Alguns cientistas afirmam que o uso indevido dos animais acarreta malefícios à espécie humana. Os "pragmáticos- ultra realistas" contestam. Afirmam que é hipocrisia, pois, o sacrifício de animais para fins de consumo humano é descomunal e o abandono de animais nas vias públicas uma realidade vergonhosa e incontestável. Por essas e outras razões, defendem a liberdade de expressão em obras de arte que usem animais vivos como suporte. Guillermo Vargas Hababuc -artista nicaragüense- vivia no ostracismo até realizar a “Exposição nº1″ que consistia num cão atado até a morte, durante 30 dias-sem água e alimento- numa galeria de arte. Muito criticado tornou-se mundialmente famoso -HIPOCRISIA GLOBAL É ISSO AÍ! 

Mas, a hipocrisia que Hababuc critica não é a dele. Vejam o que disse: “O importante para mim é constatar a hipocrisia alheia: um animal torna-se o centro das atenções quando o ponho num local onde toda a gente espera ver arte, mas deixa de o ser quando está na rua”.
Esse artista da vanguarda histérica acha que o sacrifício de um animal é uma lição de ética. 
O mesmo raciocínio deve ter inspirado os colonizadores espanhóis  quando deram de cara com os sacrifícios humanos praticados pelos nativos da America colonial. Certamente sentiram-se muito a vontade para torturar e matar em nome de uma nova verdade contra aquela que consideravam uma hipocrisia celestial. 
A defesa inconteste das tradições culturais é uma maluquice. Se não ocorrem rupturas culturais profundas o homem - em defesa de uma cultura arcaica ou da liberdade de criação alheia aos pactos sociais- permanece praticando sacrifícios à esquerda e a direita.
O "contemporâneo" não é uma formula ou evangelho que garante práticas irracionais em nome de uma suposta ética ou de uma nova estética. 
Isso é puro obscurantismo!