sexta-feira, agosto 04, 2017

Ostracismo SQN

 Desde os primórdios da sociedade que a punição aos criminosos é um problemão.
Na antiguidade grega, fosse por justa causa, injustamente, declínio do poder de um tirano ou de homens justos, os sucessores (vencedores) usavam o desterro ou o ostracismo, como forma de punição aos derrotados.
O exílio é uma punição cruel e severa demais, típica dos regimes autoritários que se acham donos do país. Porém, o ostracismo não!
A punição pelo ostracismo de um personagem vil que por pura ambição pessoal, sustentada por devaneios ideológicos, trouxe fome, desemprego, a discórdia e a miséria ao seu povo, me parece correta e muito adequada ao tempo presente. 
Por que não ocorre?
Ora, o que faria a comunicação empresarial para vender mais commodities se dispensasse o cortejo de lamúrias das vítimas da ‘perseguição política’?
Enquanto as esperanças da população faziam coro às ‘Utopias’ de igualdade e justiça social, os líderes progressistas eram deuses do Olimpo. 
Entretanto, ao assumir o poder, com apoio das diversas categorias sociais e de grande parte da classe média urbana, reeditando o velho discurso populista, com uma pitada de cordialidade ‘amorosa’, esses deuses, em poucos dias, se revelaram tão canastrões, desonestos e corruptos quanto os imundos mortais que dominavam o cenário político nacional.
Mensalão & Petrolão, duas táticas dos progressistas usadas para engrossar as fileiras dos parlamentares comprados nas bancas das maiores legendas do país, agregados à roubalheira, garantiam e, ainda garantem (ver:'Carniceirão' do Temer) o comando das instituições políticas da república.
Jose Dirceu, um dos deuses dos progressistas, esteve à frente do poder. Na ocasião tinha nas mãos todos os instrumentos para realizar o sonho dos eleitores. Suas tentativas nesse sentido foram mais que modestas, canhestras, medíocres e demagógicas. 
Então, como recurso de oratória, culpava a oposição. 
Até que um dia, o maior feito político do Dirceu no poder - o Mensalão – que visava cabrestear economicamente o Congresso Nacional, foi tornado público. Dirceu caiu em desgraça. Foi investigado, julgado e condenado. Não passou muito tempo na cadeia e voltou ao cenário político como um dos estrategistas do Petrolão. Foi acusado,julgado e condenado,de novo.
Ficou pouco tempo na prisão.
Pois bem! Dirceu está de novo nas lides. Todas as suas tentativas – políticas ou de simples corrupção - fracassaram. 
Seus devaneios ideológicos diluíram.Não refletem na realidade 
Qual a razão de um personagem desses, que fracassou em tantas frentes de luta e ter se mostrado um desastrado no comando das táticas de poder, ganhar tanto espaço na mídia empresarial? 
E, pior, ser compartilhado nas redes sociais até por quem dele não se lembraria, se não fosse lembrado pelos jornalistas do esquema. 
Seus textos são previsões de mais derrota e glórias à decadência. 
Ao escrever sobre Maduro, Dirceu me despertou o sentimento de piedade.
A obsessão pelo poder acelera a senilidade. 
Nessas horas penso o quanto os gregos da antiguidade eram sábios ao não punirem com a severidade do desterro ou da morte, personagens que perderam contato com o tempo e a história. Enfim, aos decadentes! 
Em casos assim, eles puniam com o ostracismo. 
Ninguém mais, além dos familiares, crédulos da seita ou amigos íntimos, deles se lembravam ou... compartilhavam.