domingo, maio 29, 2016

Tão longe e só e... tão longe e só, mesmo.




"Quando encontrar meu corpo, por favor, avise meu marido George e minha filha Kerry. Seria uma enorme gentileza informá-los que eu morri e onde fui encontrada - não importa quantos anos isso leve". O Epitáfio de Geraldine Largay, que desapareceu em 2013 na Trilha dos Apalaches no estado americano do Maine, seria um fato esquecido caso não estivéssemos em plena era do conhecimento e da informação. Geraldine morreu enquanto esperava por uma equipe de resgate que nunca veio. Seus restos mortais foram descobertos por uma equipe de filmagem do canal Animal Planet para o reality show 'North Woods Law',dois anos após seu desaparecimento.
O cinegrafista capturou a cena angustiante que mostra um policial do Maine descobrindo o acampamento improvisado onde Geraldine Largay morreu solitária.
Na era da comunicação global as façanhas humanas mais impressionantes,para o bem ou para mau, viraram um show global. Um estupro cruel de uma menina do Rio, o terror que leva a morte de milhares de pessoas na Síria,centenas em Paris,dezenas em Bruxelas, as meninas sequestradas pelo Boko Haram,a morte solitária em uma floresta do Maine,a conquista de Marte e a entrada do homem no espaço interestelar, viajando "mais do que ninguém, ou nada, na história", quando a nave Voyager 1 penetrou no espaço interestelar. Seu espectrômetro de plasma deve fornecer as primeiras medições diretas da densidade e temperatura do plasma interestelar.
Nós, do lado oposto do monitor protagonizamos tudo isso em tempo real. A era do conhecimento atravessou - ou realizou?- na realidade virtual o que antes era domínio da ficção. E o homem continua indo e irá cada vez mais longe em busca de algo que faça sentido, em meio a tudo que criou para si mesmo.