domingo, agosto 09, 2009

INHOTIM: A Grande Lavanderia Mineira

Contemporaneidade Embalada para Consumo

A matéria investigativa sobre Inhotim, publicada no Novo Jornal (link acima) - deu margem a muitos comentários. Sobre cada um deles poderia desenvolver reflexões extensas que não seriam suportadas pelo fluxo desse tipo de pagina de um site da rede social. Porém, uma preocupação comum a todos os comentários sobre as velhas e nefastas praticas políticas merece uma consideração à parte, pois, reflexo da tradição política ainda envolvem e submetem a cultura brasileira ao atrazo. A manipulação “coronelista” se impõe sobre tudo e sobre todos, desencadeando a degradação de grande parte das instituições publicas e revelando o grau de comprometimento da cultura política nacional com as velhas praticas da corrupção. As iniciativas privadas que se beneficiam desse ambiente promiscuo são cúmplices da subserviencia cultural e da submissão política.
Sarcasmo? Não. Safadeza!
Os interesses pessoais, permeados de pragmatismo de marketing, hoje convergem com as novas tendencias estéticas atraves das bordas do anseio contemporâneo por novidade. No Brasil as coisas funcionam assim. Nesse país os opostos convivem harmonicamente. Aqui, o “coronelismo pós moderno” é mecenas da vanguarda contemporânea. Vanguarda contemporânea é aquela que se apóia na matriz da arte global e se ampara nas finanças institucionais para desenvolver um programa estético “genial”. Poucos ligam para o fato de que tais injunções acabam por elevar às alturas e garantir a permanência de um velho sistema que, por esperteza, se apoderando dos códigos estéticos correntes na contemporaneidade, vem neutralizando o poder de comunicação da arte, manipulando mercados e enchendo de peças ornamentais os parques temáticos de arte tipo Bienais e outros mega eventos pelo mundo afora, visando objetivos mais ambiciosos e lucrativos.
O desprezo pela critica e pelos critérios nos fez aportar num lugar onde as autoridades acadêmicas e os financistas regem seus empreendimentos ao mesmo tempo em que geram movimentos artísticos.
É a teoria do “salto de etapas” colocado em prática de forma magnífica.