quarta-feira, junho 27, 2007

Angelo de Aquino 1945/2007


Angelo,meu irmão.

Sempre tive um profundo respeito pelo seu temor da morte. Entendia como manifestação intensa de seu amor pela vida e um jogo esperto em relação ao imponderável. Alheio a uma postura humilde, fez do temor uma virtude que o fortaleceu para o confronto derradeiro. Nesses dias dificieis eu imaginava o que tramava nos momentos de solidão, ameaçado pela doença que insistia em debilita-lo e a qual não concedeu nenhuma grama de comiseração. Jamais manifestou para mim algum sinal de impotência ou desespero. Foi assim até o ultimo sopro de vida. Guerreiro, se fortalecia junto aos amigos, para logo depois mergulhar nos recantos mais profundos de si próprio, isolado e protegido no mundo sólido e reconfortante que construiu ao longo de sua existência. Creio que nesses momentos programava, lenta e arduamente, seu encontro com a morte. Assim como criou um mundo original com suas pinturas e inventou um método complexo e particular de apostas, se preparou para o jogo final de sua vida. Sem abrir mão dos desejos, calculou cada passo, estreitou o convívio com Eduarda e as pessoas que amava, desprezou as coisas insignificantes, lançou ao mar a carga secundaria e se posicionou, nu e integro, para cumprir mais um desafio.
Morreu como viveu, com toda intensidade.

Adriano




De Lord para Angelo

Rex e Lord en promenade,1984

Estou acuado, eriçado, quiçá constrangido, mas este meu latido será apenas o tempo necessário para que, acomodado sobre minhas patas traseiras, recupere o fôlego, amanse a dor e prepare um novo salto nesta vida que você, diversas vezes, mostrou-me como aceitar. Filhos do encontro de desejos imperfeitos, temos de aprender que nossas quimeras têm pouco serventia nos momentos decisivos da existência. É preciso inventar uma maneira própria de estar no mundo, e isso só ocorre quando aceitamos nossa incompletude. Não cansei de tomar essa lição em seus brados matutinos ao telefone, em seus projetos etílico-gastronômicos, em suas diligências pelo hipódromo da Gávea e pelas ruas do Leblon. Na verdade, muitas vezes torci silenciosamente para que não lhe coubesse o compromisso alheio de um amigo, a falta de uma iguaria ou o palpite infeliz.

Você bem sabe que nasci pintado, um tanto alvo, porém alegre, espirituoso, inteligente, brigão, afetuoso – a meu modo, é verdade – e teimosamente sedento do que há de melhor por aqui. Há traços que a paternidade não desmente, embora tenha conquistado relativa autonomia e, hoje, mesmo sob a guarda de um grande amigo seu, passeie por aí impresso em livros e catálogos, sem me perder a cada vez que sou descoberto por um novo apreciador de sua arte.

Nas últimas semanas, procurei me manter por perto, enquanto a morte de seu corpo se aproximava em adágio. Foram, decerto, momentos difíceis, pois testemunhar a dignidade com que você se agarrou à vida, os modos que encontrou para não se entregar, não são coisas fáceis de encarar. Ver a morte de perto pode ser muito angustiante, mas assumir e querer para si o sem sentido do que se vive talvez seja algo ainda mais perturbador. Por isso, tomo a liberdade de contar dois pequenos fatos ocorridos durante esses dias.

O primeiro me foi relatado por um de seus amigos mais novos, que, na fria manhã do domingo retrasado, teve o prazer de lhe mostrar uma foto do episódio que pode ser assim descrito: alegre ao notar, próximo ao sofá da sala, a segunda edição do livro Vida Rex, o filho desse seu amigo, nascido há pouco mais de um ano, tem insistido em vê-lo, página por página, bem como pedido a sua mãe, com o indicador ora da mão direita, ora da mão esquerda à frente, a descrição de cada uma das reproduções que redescobre, como se o encanto delas emanado recriasse, nesses instantes fugidios, as cores de seu próprio mundo.

Pois é, caro pintor, essa banal historieta cotidiana me faz lembrar não fatos do que se passou na sua vida, mas sim restos que, eventualmente acrescidos à memória, deixam à luz, pelos olhos desse menino, a certeza do futuro, a quietude sobre a qual perseveramos em nossos caminhos e a serenidade do que não nos é possível remediar. Restos que atestam a força de sua arte, redesenham a contingência de nossos encontros e permitem a outros o tempo, sempre inacabado, de aceitar a feição transitória da vida.

O segundo soube por seu irmão, pois você mesmo lhe contou. Acidentado alguns dias antes, o primeiro a levar o Rex para casa, em 1984, estivera no hospital em uma cadeira de rodas para lhe ver. Dono de olhos agudos, talvez tenha notado na ocasião que a vivacidade do vira-cores que você inventou se ligava a muitas das obras que já adquirira de você, sobretudo a origem, em algum lugar do espaço, das paisagens imaginárias em que o mano viria ao mundo. Era um retrato do artista quando jovem cão, mas hoje certamente é muito mais do que imagem, exemplo ou modelo de sua pintura.

Companheiro nem sempre fiel das coisas amigas, destas cuja beleza várias vezes se revela por mãos tortas, em meio a angústias, desatinos e desvarios, esse meu irmão Rex se tornou um anjo não da guarda, ou mesmo da vigília, mas do entusiasmo, do júbilo, da celebração. Da palavra empenhada, da boa mesa, da cama farta e da alegria bissexta do cotidiano, que tivemos, eu e muitos outros, a sorte de partilhar com você.

Angelo querido, você partiu – a todos nós cabe, de uma maneira ou de outra, a hora de partir –, mas estou confiante de que sua obra continuará a alegrar infâncias pela vida afora, tanto as que vivemos quando pequenos quanto aquelas que seguem conosco ao longo da adolescência, da maturidade e da velhice. Aos que morrem muitas vezes se diz: “Descanse em paz”. Sua paz, contudo, era peace bull. Inquieta, desgarrada, bravia, mas sempre harmonia de um único dever a ser cumprido, o de não deixar extinguir o que em nós se inflama e nos dá alegria de viver. Sua memória, portanto, será sempre a que conseguirmos lhe prestar em cada um dos dias que nos restam. Em um simples olhar, no sorriso de uma criança, no afago de um cão, no trote voluntarioso de um cavalo, tanto nas brumas e no aconchego quanto nos rompantes e clarões; no gozo, enfim, de todos esses pequenos gestos e motivos desfiados do que de você, ainda e sempre, permanecerá conosco.

Lord, seu outro cão

tradução para o português de:

Luiz Eduardo Meira de Vasconcellos




terça-feira, junho 26, 2007

Fui à feira. Retorno às 14H20.




Adriano de Aquino

junho de 2007

Com que obra eu vou?

Nas paginas de Veja:

Como entrar nesse universo Os artistas e estilos em alta na cidade, as melhores galerias e o que comprar a partir de 100 reais

Como comprar: Entenda as técnicas

Esses destinos locados na grande imprensa estão também disponibilizados nas paginas de busca da internet. Tornou-se vitrine que reflete o progresso do mercado de arte nacional. Para quem quiser saber mais, basta acessar algum site de pesquisa e abrir a enorme lista das feiras de arte que acontecem nos Estados Unidos, Espanha, França, Inglaterra, Itália, Alemanha, Suíça etc. No fundo elas não diferem muito, são apenas mais ricas e luxuosas nos grandes centros financeiros que nos países mais pobres.
O curioso é que esses eventos, remanescentes das feiras dos vários setores industriais e comerciais, uma espécie de zona franca de arte, está imunizada da analise critica. Nesse lugar só se fala em dinheiro. Entendo que não exista nenhum pudor em se falar de dinheiro, todavia, não entendo porque criticar as práticas do mercado tornou-se um anátema.
A perspectiva de que tais eventos resultem em mais dinheiro para os artistas é positiva. Porém, a hipótese de que o enriquecimento é uma virtude blindada à pressões contrárias, é pura ilusão.
Por que os críticos de arte que trabalham na grande imprensa brasileira nada comentam?
Alguns importantes críticos estrangeiros alertam para as manipulações negocistas e suas conseqüências na produção artística. Não se omitem diante da prosperidade sem precedente do mercado de arte. Contudo, para a grande imprensa brasileira, isso parece apenas um fato positivo. Adotaram uma espécie de seleção natural, circunscrita a seus interesses específicos e sobre o que entendem como arte contemporânea relevante. O que não se ajusta a esse perfil é descartado. Certamente por isso, desprezam qualquer manifestação artística que ocorra fora dos padrões estéticos dominantes. Priorizam os informes sobre transações mercantis que atingem preços vultosos.
Como no Brasil o mercado de arte não encontra oposição é necessário recorrer a eventos externos para melhor exemplificar minhas colocações.
Jerry Saltz, crítico nova-iorquino muito atuante, tem escrito ensaios sobre os vários artifícios mercantis hoje em evidencia.
Num desses comentários cita Takashi Murakami, o hit nipônico da atualidade, considerado pelos fãs o Warhol japonês. Seus dois maiores feitos são : o plagio do famoso aforismo de Warhol “a arte do negócio é o negócio de arte” que ele adulterou para uma formula idiota: “arte do negócio é a etapa que vem após a arte” e outro ter sua cotação de preço-a partir de US$ 400.000,00-como foco principal das matérias jornalisticas sobre sua obra. Seu haicai é uma obviedade ululante e um esplendor na forma e no conceito, de seu desprezo pela reflexão critica.
Recentemente, Donald Kuspit (historiador/critico de arte) escreveu: “os críticos de arte são perdedores intelectuais, a profissão declinou desde os dias de Greenberg e de Ruskin”.
Sei que é difícil para muitas pessoas admitir essa sentença. Contudo, ela é real.
A omissão da crítica em analisar o impacto causado pelas feiras na produção artística nos mostra uma visão condescendente com a pouca importância conferida à arte. De omissão em omissão chega-se a uma cruel constatação: Dane-se a arte! O que importa é o resultado, ou seja, a visibilidade e o desempenho econômico do setor. Queiram ou não, existe um paralelo com a tradicional política de extração dos recursos naturais em nosso país - as suculentas commodities- que, por um lado, retornam em divisas e satisfazem os administradores públicos. Pra que esforço e investimentos sociais verdadeiramente inclusivos? A entrada de grana oriunda da exportação de insumos minerais tem dado para pagar as despesas. Está bom assim! Geram divisas. Porém, as garantias de permanência constante do modelo são muito frágeis. Além disso, retarda a competitividade industrial e a velocidade de expansão dos setores de ponta. Ora!Dane-se, só se importa com isso aqueles que pretendem se opor e complicar as coisas. Alguns críticos pensam da mesma forma. Parecem satisfeitos em comentar apenas os ralos detalhes estéticos,amenidades e prestigio internacional das obras e artistas, desprezando os fatos que rolam na periferia. Isso explica, em parte, a suspeição do público e de muitos artistas sobre o desempenho da critica, das curadorias e do próprio sistema de arte.
Os jornais inventam polêmicas artificiais pelo simples fato de uma obra de arte atingir preços astronômicos ou uma instituição cultural deitar e rolar em verbas públicas. Tudo mais, intrínseco ao campo da arte, é irrelevante.
Todavia, as recentes transformações colocam diante de nós varias questões inquietantes que nos solicitam uma avaliação mais profunda sobre o valor das coisas que nos cercam. Não basta dizer que uma determinada obra de arte tem sustentação simplesmente porque é um sucesso financeiro ou porque o artista tem obras numa coleção internacional ou preço cotado na Sotheby’s.
Essas características falam da mesma coisa: visibilidade é mais importante que a obra. Estamos fartos de saber que êxitos mercantis ou recepção internacional são coisas formidáveis que falam de uma circunstancia especial elogiável, porém, nada acrescenta a obra em si.
Ler uma critica de arte tornou-se um esforço inútil que resulta em tédio.
Esse quadro piora ainda mais quando comparamos os textos de arte com as demais seções do jornal. Uma das coisas mais visíveis na mídia brasileira foi sua rápida adaptação aos desafios impostos pela internet. As empresas que não conseguiram acompanhar as mudanças sucumbiram. As que ainda funcionam são obrigadas a se reformular quase todo dia. A nova dinâmica reconfigurou para pior a seção cultural dos jornais. Os cadernos de cultura destinam noventa e nove por cento de seu espaço para divertimento e espetáculo, um por cento para arte e cultura em geral.
Entendo o stress dos editores, a comunicação também se tornou uma commodities. Nesse novo formato o leitor interessado em cultura é o grande perdedor. A gestão empresarial redimensionou, para menos, os espaços jornalísticos destinados às idéias. Lamentável! Hoje, poucos setores da produção cultural podem se orgulhar de manter um espaço especifico de reflexão como a literatura, por exemplo. Muitos acreditam que isso ocorre por força da indústria editorial. Pouco importa. O fato de ainda permanecer assim é importante.
Enquanto isso a critica de arte discursa sobre um mundo tranqüilo e imperturbável, um recanto bucólico cercado por uma atmosfera rica e glamorosa. Confirmam o mais estimado paradigma do pragmatismo econômico – vivemos no melhor dos mundos. Seus comentários elevam suas escolhas estéticas ao nível mais alto do espírito criador nacional. Para eles nada altera ou perturba esse ambiente intimo e aconchegante onde a arte existe pela arte. As manipulações, dificuldades, conflitos, reclamações, embates estéticos e contradições ficam do lado de fora. A crítica de arte brasileira tem as mãos limpas, não se imiscui em assuntos mundanos.
Nada além daquilo que publicam merece ser criticado.
No seu conjunto, os eventos artísticos são apresentados como espetáculos onde os indicadores como preço, freqüência, projeção internacional, características pessoais e alguns apelos de marketing se destacam como os pontos mais notáveis de uma exposição, da obra ou da personalidade do autor.
Nesse território impõem-se as regras do mercado, divertimento, imediatismo e negócios.
Ainda que sobre eles não mencionem uma só palavra

domingo, junho 17, 2007

Arte&Tecnologia-Photosynth

A Microsoft Labs Live lançou recentemente um sofisticado software para ver imagens em um computador.Essa nova ferramenta tornará possível examinar uma grande coleção de fotos de um lugar ou de um objeto, analisa-las pelas similaridades e então exibi-las em um espaço tridimensional, mostrando como cada uma delas se relaciona com a seguinte. Acessar gigabytes de fotos em segundos, ver uma cena em quase todo o ângulo, encontrar fotos similares com um único clique e tornar o menor detalhe tão grande quanto seu monitor são alguns dos recursos disponibilizados por esse programa.
Veja o vídeo demo.

quinta-feira, junho 14, 2007

A Sagração da Orgia

O mercado de arte está embriagado pelo dinheiro.

New York Times

12.06.2007

Essa frase dita por artistas e amantes das artes é na maioria das vezes entendida como comentário parcial, desprovido de significado mais profundo. Muitas pessoas acham que a critica ao sucesso revela um moralismo demodê, inveja e desdém pela fama e a fortuna dos artistas vencedores no multimilionário jogo do mercado de arte contemporâneo. Será apenas isso?Quando o New York Times estampa essa frase na sua primeira pagina o foco das atenções sobre a euforia que contagia indivíduos e grupos que se beneficiam, direta ou indiretamente, com a inundação de dinheiro na arte revela o que está por traz do estonteante glamour do “novo mundo” é um filme velho e desbotado. Esse fato, por mais irrelevante que pareça para a massa de leitores de um grande jornal, nos leva a refletir sobre as razões que levaram NYT criticar a atuação de um setor onde proliferam celebridades e extravagantes sinais de riqueza.A resistência de muitos artistas e pensadores contra as manipulações do marketing artístico é geralmente circunscrito aos seus próprios domínios. Kuspit no texto Valores da Arte ou Valores do Dinheiro (extrato ja publicado no HiperBlog) relata e analisa os mecanismos do mercado de arte na atualidade e os efeitos do porre que atordoa os indivíduos que circulam nos ambientes glamorosos das sociedades mais ricas do planeta. A supremacia do dinheiro sobre a arte tornou-se um fato indiscutível.Esse fato revela o tamanho do desprezo pelo valor intrínseco da arte em beneficio de seu preço de mercado. Ainda, segundo ele, os argumentos que questionam essa perversão caem em orelhas surdas, e, geralmente, a voz argumentadora é silenciada pela marginalização. Kuspit enfatiza que o preço pago por um trabalho de arte se transformou em valor absoluto de forma autoritária, ainda que o valor que o preço implica não esteja particularmente em questão,pois, ele nos é apresentado sem qualquer explanação – o preço é a explanação.Na ultima edição da revista virtual Artnet Jerry Saltz, crítico sênior da New York ataca o mesmo ponto que Kuspit quando analisa a exposição do artista japonês Takashi Murakami que esta acontecendo agora na Galeria Gagosian em Nova York. Nas palavras de Saltz: É maravilhoso que mais artistas estejam fazendo mais dinheiro com seu trabalho. Sem o mercado, o mundo da arte seria um lugar bonito, porém, triste e aborrecido.Num mundo onde dinheiro e merchandising representam sucesso e onde conselheiros, consultores e marchands vendem arte pelo telefone e JPEGs a colecionadores que imaginam incorporar a história da arte gastando exorbitâncias e onde Tobias Meyer, o cabeça da seção de arte contemporânea da Sothebys, diz que os preços "loucos" revelam “ um mundo novo”.De sua declaração podemos concluír que nesse "mundo novo" é o velho dinheiro que se sobrepôe a tudo.Para Saltz um exemplo dos efeitos nocivos do marketing artístico pode ser observado no culto dos admiradores de Murakami ,citado por muitos como “o Warhol japonês”. Usurparam o famoso aforismo de Warhol “a arte do negócio e o negocio de arte” e o deformaram com objetivos explícitos na frase idiota de Murakami: “a arte do negócio é a etapa que vem após a arte”. Murakami é dono de sua própria fábrica,mais uma réplica mediocre da Factory de Wharol(esse artista virou fonte inspiradora de replicantes mediocres),onde assistentes fazem suas pinturas, seu "Kaikai Kiki", que sua companhia representa mundo afora. A ânsia de Murakami em se apresentar como um out market faz com que artistas como Damien Hirst e Jeff Koons pareçam tímidos. Murakami caiu em sua própria armadilha, diz Saltz. Sabemos que não basta repaginar uma máxima de Warhol. O que está em jogo não é apenas o mercado e sim o pensamento e atitudes do artista em relação a um mundo entorpecido pelo culto ao dinheiro. Ao contrario do que supõe Murakami, não é ele quem dá as cartas ao mercado; é o mercado quem manda no jogo, assim como as operações de preço de muitos outros artistas.Lamento que essas reflexões circulem timidamente entre os artistas e que a chamada critica de arte brasileira se mantenha em aristocrática postura, por considerar essas manipulações atitudes periféricas às grandes questões da arte contemporânea.Hoje, essa questão é central. Em casos notáveis é o mercado que diz o que o artista deve produzir para aquela estação. Agrada-me pensar que a perseverança de alguns artistas e a consistência intelectual de pensadores autônomos, contribuem para a retirada paulatina do entulho consumista que obstrue a inteligência, a reflexão e a partilha de obras de arte sensíveis e autônomas.São muitas as matérias jornalísticas sobre a miséria e suas conseqüências. A novidade na matéria do NYT é admitir que a abundancia de dinheiro pode embriagar,embrutecer e emburrecer o mundo da arte.

Os bêbados são repetitivos e chatos!

Adriano De Aquino

junho de 2006